segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mensagem de Maria Molambo



HOJE FALO À VOCÊS QUE TÊM NECESSIDADES DE DEFINIR, ROTULAR E

CATALOGAR A TUDO E A TODOS.

COMO SE ISSO LHES DESSE ALGUMA GARANTIA DE CREDIBILIDADE E

LHES AMPUTASSEM AS DÚVIDAS QUE INSISTEM EM ROUBAR-LHES A VIDA.
PRIMEIRO, NÓS ESPÍRITOS TRABALHADORES DO BEM, EMBORA SEJAMOS

ORGANIZADOS NATURALMENTE EM PADRÕES VIBRATÓRIOS QUE NOS SERVEM

DE MORADAS TEMPORÁRIAS, NÃO SOMOS SERES AUTOMATIZADOS CRIADOS

EM SÉRIES COM CÓDIGOS DE BARRA.

SEGUNDO, NÃO SOMOS SERVIÇAIS PARTICULARES NEM DE CAVALOS NOSSOS,

NEM DE CONSULENTE ALGUM. NEM NOSSA HIERARQUIA NOS OBRIGA À FAZER

ALGO QUE NÃO QUEIRAMOS. TEMOS PERSONALIDADES INDIVIDUAIS,
AFINIDADES. ESTAMOS EM EVOLUÇÃO E COM UM LONGO CAMINHO PELA

FRENTE. AJUDANDO À VOCÊS, AJUDAMOS À NOS MESMOS. MAS NEM SEMPRE
É VIÁVEL OU CABÍVEL A AJUDA QUE NOS PEDEM.

MUITOS DE VOCÊS NÃO FAZEM NADA, OU FAZEM MUITO POUCO PARA

MELHORAREM À SI MESMOS, AOS SEUS RELACIONAMENTOS E AO SEU PRÓXIMO.
QUEREM SOLUÇÕES MÁGICAS, SEM ESFORÇOS OU DANOS. FAZEM ESCOLHAS

ABSURDAS, SE METEM EM TODO TIPO DE CONFUSÕES, PROCURAM O CAMINHO
MAIS DIFÍCIL, JOGAM-SE EM ABISMOS, ATRAEM OBSESSORES, FAZEM TUDO

ERRADO.
E DEPOIS FICAM BRAVOS QUANDO NÃO TRANSFORMAMOS SUAS VIDAS NUM
PARAÍSO DA NOITE PARA O DIA.
FRANCAMENTE, NÃO SOMOS SANTOS E PACIÊNCIA TEM LIMITE ATÉ DO LADO

DE CÁ.

SE DIGO ISSO, É PORQUE SEI O QUE É VIVER DURAMENTE.

MUITOS SÃO OS QUE NASCERAM COMPROMETIDOS COM DURAS PROVAS À

RESGATAR, SÃO ESSES OS QUE MAIS PRECISAM DE NÓS, E TÊM A NOSSA

COBERTURA, DENTRO DO QUE NOS É PERMITIDO AJUDAR.

TERCEIRO, OU VOCÊS ACREDITAM EM NÓS, OU NOS DEIXAM EM PAZ. PORQUE

NÃO TEMOS NEM INTERESSE E NEM TEMPO À PERDER COM INGÉNUOS QUE
NOS COBRAM, OU PIOR AINDA, COBRAM DE NOSSOS CAVALOS INFORMAÇÕES

QUE NÓS NÃO PASSAMOS PARA ELES. NEM CAVALOS SABEM O QUE QUEREMOS
OU PERMITIMOS QUE ELES
SAIBAM. ATÉ SOBRE SUAS PRÓPRIAS VIDAS, NÃO TEMOS AUTORIZAÇÃO
PARA LHES PASSAR TODAS AS INFORMAÇÕES QUE GOSTARIAM.
QUE LHES INTERESSA SABER QUANTAS ENCARNAÇÕES EU TIVE, OU COMO
VIVI EM CADA UMA DELAS.
CRIAM AS MAIS ABSURDAS LENDAS À NOSSO RESPEITO, ISSO ATÉ QUE NOS
DIVERTE UM POUCO. QUANTA INGENUIDADE.
ENTENDAM DEFINITIVAMENTE QUE NOSSA MISSÃO NÃO É SATISFAZER
CURIOSIDADES DE QUEM QUER QUE SEJA, NÃO SOMOS BOBOS DA CORTE
PARA ENTRETENIMENTO DE QUEM NÃO TEM NEM FÉ NEM VIDA VERDADEIRA.
APROVEITEM SUAS VIDAS DE MODO CONSTRUTIVO.
SEI QUE POR MUITO TEMPO AINDA A MAIORIA DAS PESSOAS IRÁ ACREDITAR
QUE SOMOS ESPÍRITOS MALIGNOS, NÃO TEMENTES À DEUS.
AH, MEUS QUERIDOS, SE VOCÊS SOUBESSEM QUANTOS MISTÉRIOS, QUANTOS
MUNDOS E QUANTAS REALIDADES PAIRAM SOBRE SUAS CABEÇAS....
MARIA MOLAMBO
PSICOGRAFADA POR CLAUDIA BAIBICH


sexta-feira, 24 de julho de 2009

EXU MALUNGUINHO




SALVE!

EXU MALUNGUINHO

Pouco conhecido na Umbanda, este querido irmão é na verdade um MESTRE DA JUREMA.

Seu culto aparece na Quimbanda, onde se "transforma" em exu
do Povo dos Caminhos e guardião das entradas, portas e
porteiras dos trabalhos espirituais (é invocado no início das giras ou sessões)

Foi um negro caboclo (mameluco), quilombola e grande guerreiro em vida.

Para alguns juremeiros Mestre Malunguinho é o EXU DO CATIMBÓ.



Prece a Mestre Malunguinho (oração tradicional da Jurema)

Mestre Malunguinho,

tu que és o dono da chave que abre os caminhos

e os portais do Reino.

Eu te peço, abra meus caminhos,

ajuda-me a caminhar.

Eu te darei uma vela de cera, pedindo a Deus

que o ajude também,

em sua caminhada.

Amém.

(acender uma vela de cera de abelha)

Ponto Cantado de Exu Malunguinho (Quimbanda)

Lá na porteira

Lá na beira do caminho

Eu lá deixei

Eu lá deixei

Exu Malunguinho.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

TRABALHO DE EXU




Eu exú...


Estou num canto do terreiro observando os trabalhos. Os médiuns já estão em posição, velas foram firmadas, todos já bateram cabeça. Os pontos invadem o salão. Na assistência pessoas que freqüentam a casa com assiduidade e outras que pisam pela primeira vez. Sinto que algumas estão visivelmente emocionadas, seus protetores estão ali.

Outras estão suando frio, passam mal, estão agoniadas afoitas para irem embora dali.

Espíritos trevosos estão atuando sobre elas, querem sair dali o mais breve possível, pois temem serem descobertos. Certamente serão afastados e não poderão perturbar aquelas pessoas.

A mãe de santo vibra com intensidade, na corrente um médium balança, parece que vai cair. Percebo que seu Caboclo está por perto.

O Médium ainda é novo, não está totalmente integrado com seu guia, mas com paciência e amor breve o caboclo estará incorporando. Na corrente muitos estão incorporados.

O Caboclo chefe toma a mãe de santo, como faz a décadas. Brados de guerra são ouvidos.

Na medida que os irmãos da mata chegam trazem forte energia para todos. Unidos numa só força eles, (através dos passes ministrados), retiram da assistência os eguns e kiumbas, limpam as pessoas que estão perturbadas, transmitem força e esperança. As pessoas que antes choravam agora sorriem aliviadas.

Dores são aplacadas. Vejo que muitas daquelas pessoas em breve estarão também recebendo seus guias.

Embora esteja acostumado a ver essas cenas sempre me emociono. Daqui do meu canto, serenamente acompanho os trabalhos.

Subitamente uma jovem da assistência, poe-se a vociferar. Sua voz antes melodiosa e serena torna-se grave e arrogante. Ela tenta agredir os fiscais da casa que habilmente a conduzem para dentro do terreiro. Sem dúvida o kiumba que a acompanha é muito perigoso.

Os Caboclos estão alertas. nem bem cruza a porteira o kiumba grita, xinga, tenta machucar a pobre moça, diante da mãe desesperada que se encontra na assistência.

Os Caboclos abrem a roda, os atabaques soam mais altos. O Caboclo chefe se adianta sobre ele, forte energia circula pelo corpo da jovem moça. O Caboclo não quer que ela se machuque, ele vibra sua maracá e o Caboclo da menina pela primeira vez aproxima-se da filha com força. Chegou minha hora, me aproximo calmamente. O Kiumba evita meu olhar, se desespera. Sorrio e caminho em sua direção, preparo minhas armas. Ele grita, esbraveja.

O Caboclo pede meu apoio. Não me faço de rogado para desespero do Kiumba de um salto estou com minha espada em sua garganta.

Domino-o com facilidade. Chamo outros que o amarram e o levam para seu devido lugar. Outros Kiumbas menores que o acompanhavam também são capturados, receberão seus castigos. A moça acorda leve e feliz. Os Caboclos terminam o descarrego, agradecem meu auxilio.

Eu volto para meu canto. Ali na cafua observo o fim dos trabalhos.

Minhas velas, meus charutos, minha marafo estão firmados. Os trabalhos terminam todos se vão felizes.

Na porteira estou de sentinela...

Laroiê!!!

(Autor Desconhecido)

terça-feira, 7 de julho de 2009

Por que Exu é o primeiro?



Para que os seres humanos possam viver bem neste mundo, é preciso estar bem com os deuses. Por isso os homens propiciam os orixás, oferecendo-lhes um pouco de tudo o que produzem e que é essencial à vida. As oferendas dos homens aos orixás devem ser transportadas até o mundo dos deuses, o Orum. O orixá Exu tem esse encargo de transportador. Também é preciso saber se os orixás estão satisfeitos com a atenção a eles dispensada pelos seus descendentes, os seres humanos. Exu propicia essa comunicação, traz suas mensagens, é o mensageiro. É fundamental para a sobrevivência dos mortais receber as determinações e os conselhos que os orixás enviam do Aiê. Exu é o portador das orientações e ordens, é o porta-voz dos deuses e entre os deuses. Exu faz a ponte entre este mundo e o mundo dos orixás, especialmente nas consultas oraculares. Como os orixás interferem em tudo o que ocorre neste mundo, incluindo o cotidiano dos viventes e os fenômenos da própria natureza, nada acontece sem o trabalho de intermediário do mensageiro e transportador Exu. Nada se faz sem ele, nenhuma mudança, nem mesmo uma repetição. Sua presença está consignada até mesmo no primeiro ato da Criação: sem Exu, nada é possível. O poder de Exu, portanto, é incomensurável.

O sacrifício é o meio através do qual os humanos se dirigem aos orixás, e o sacrifício significa a reafirmação dos laços de lealdade, solidariedade e retribuição entre os habitantes do Aiê e os habitantes do Orum. Sempre que um orixá é interpelado, Exu também o é, pois a interpelação de todos se faz através dele. É preciso que ele receba a oferenda, sem a qual a comunicação não se realiza. A relação homem-orixá tem como fundamento a materialidade do sacrifício, a concretude da oferenda. Isso é uma definição religiosa, um ponto de partida essencial na concepção africana do sagrado. A própria possibilidade do homem professar a sua religião de orixás — seja na África, no Brasil, ou noutro lugar — depende, pois, do trabalho de Exu.

Como mensageiro dos deuses, Exu tudo sabe; não há segredos para ele, tudo ele ouve e tudo ele transmite. E pode quase tudo, pois conhece todas as receitas, todas as fórmulas, todas as magias. Exu trabalha para todos, não faz distinção entre aqueles a quem deve prestar serviço por imposição de seu cargo, o que inclui todas as divindades, mais os antepassados e os humanos. Exu não pode ter preferência por esse ou aquele. Mas talvez o que o distingue de todos os outros deuses é seu caráter de transformador: Exu é aquele que tem o poder de quebrar a tradição, pôr as regras em questão, romper a norma e promover a mudança. Não é, pois, de se estranhar que seja temido e considerado perigoso, posto que se trata daquele que é o próprio princípio do movimento, que tudo transforma, que não respeita limites. Assim, tudo o que contraria as normas sociais que regulam o cotidiano passa a ser atributo seu. Exu carrega qualificações morais e intelectuais próprias do responsável pela manutenção e funcionamento do status quo, inclusive representando o princípio da continuidade garantida pela sexualidade e reprodução humana, mas ao mesmo tempo ele é o inovador que fere as tradições, um ente portanto nada confiável, que se imagina, por conseguinte, ser dotado de caráter instável, duvidoso, interesseiro, turbulento e arrivista.

Para um iorubá ou outro africano tradicional, nada é mais importante do que ter uma prole numerosa, e para garanti-la é preciso ter muitas esposas e uma vida sexual regular e profícua. É preciso gerar muitos filhos, de modo que, nessas culturas antigas, o sexo tem um sentido social que envolve a própria idéia de garantia da sobrevivência coletiva e perpetuação das linhagens, clãs e cidades. Exu é o patrono da cópula, que gera filhos e garante a continuidade do povo e a eternidade do homem. Nenhum homem ou mulher pode se sentir realizado e feliz sem uma numerosa prole, e a atividade sexual é decisiva para isso. É da relação íntima com a reprodução e a sexualidade, tão explicitadas pelos símbolos fálicos que o representam, que decorre a construção mítica do gênio libidinoso, lascivo, carnal e desregrado de Exu-Elegbara.

Isso tudo contribuiu enormemente para modelar sua imagem estereotipada de orixá difícil e perigoso, que os cristãos, erroneamente, reconheceram como demoníaca. Quando a religião dos orixás veio a ser praticada no Brasil do século xix por negros que eram também católicos, todo o sistema cristão de pensar o mundo em termos do bem e do mal deu um novo formato à religião africana, no qual Exu veio a desempenhar outro papel. A visão “cristã” dos orixás confundiu Oxalá com Jesus, Iemanjá com Nossa Senhora, e outros santos católico com os demais orixás. Para completar o panteão afro-católico, sobrou para Exu ser confundido com o Diabo. Foi, portanto, o sincretismo católico que deu a Exu a identidade de um demônio. Mas essa identidade destorcida sempre foi católica, cristã, sincrética. Não tem nada de africana.

Pensam os que se acostumaram a ver os orixás numa perspectiva cristã (imposta pelo catolicismo e hoje reforçada pelo evangelismo) que Exu deve ser homenageado em primeiro lugar para não provocar confusão, para não bagunçar a cerimônia, como se ele fosse um simples e oportunista arruaceiro. É uma visão bem simplista e demasiadamente falsa. Ora, Exu é antes de tudo movimento e nada pode acontecer sem ele, nem mesmo em pensamento, sem movimento. Nada pode, portanto, se dar sem a interferência de Exu. Por isso ele é sempre o primeiro a ser homenageado: é preciso permitir o movimento para que o evento, seja ele qual for, se realize, seja para o bem ou para o mal. Esse movimento não é dotado de moralidade, nem poderia ser, pois se assim fosse o mundo ficaria paralisado. A vida é um pulsar permanente, e em cada passo, em cada avanço ou retrocesso, em cada mudança, enfim, Exu está presente. Tudo começa por ele; por isso ele será sempre o primeiro.

Reginaldo Prandi

[autor de Mitologia dos orixás]

sexta-feira, 3 de julho de 2009

EXU MIRIM



7ª Falange ou Legião – Yariri – Exu Mirim
As Crianças Tanto na Esquerda Quanto na Direita , estão Associados as Mães.
Exu Mirim é um Mistério Natural Manifestado Por Deus .

Quem é,e o que Representa para a Umbanda o Exu Mirim?


Exu Mirim[ Serguith ], é o Travesso das Dimensões Negativas, que com sua Irreverência Resolve Qualquer Mal Entendido e Desmancha as Confusões. Guardião das Linhas das Águas, Trabalha junto com Exus, e de Preferência com as Pomba Giras. Ajuda a Abrir Caminhos, Desfazer os Malfeitos e Incentiva o Trabalho Social para Resgatar os que estão na Marginalidade. Fazem Par com os Erês nas Dimensões Negativas.

As Meninas Apresentam-se Como Pomba Giras Meninas.

São Espíritos de Muita Luz e Sabedoria , Portadores de Mistérios dos Orixás , Nunca os Olhem Como: Engraçadinhos , Coitadinhos e Divertidos.

Exu Mirim Pólo Equilibrador Entre a Direita e a Esquerda , Atuam Como Agente Atrasador da Evolução , Faz o Ser Regredir vai Fechando as Faculdades por Mal Uso da Mesma Tanto no Material como no Espiritual.
Quando Erramos Em Nossa Vida , Sofremos uma Regressão ( Lei de Causa e Efeito),Sejam Umbandista , Espiritualistas ou Pessoas Comuns , essa Regressão e Feita por Exu Mirim , Quando Estamos no Caminho Certo de Vida Agem Como Agentes Evolutivos.
-O Recomeço da Vida , e o Plano de Atuação após essa Regressão e Feita por Exu.
Exu Mirim Elemento Regredidor de Nossas Vidas.
Exu Elemento Vitalizador , Dando continuação aos Caminhos da Vida ou do Recomeço de Vida.

Obs: Deus Não é Impiedoso , Deus não Pune e Nem Castiga , O que Existe sim é a Conscientização ou Regressão dos Caminhos de Vida , Por Acertos ou Erros Como já Disse Lei de Causa e Efeito , e Nossas Entidades e Divindades Estão ai para nos Fazer Cumprir as Leis.
Apresentação:
Apresenta-se sempre na forma e com roupagem de criança travessa , Gostam da Cor Vermelho e Preto.
Obs; É justamente a falange de exu mirim que As Vezes se introduz nas `Ibeijadas ́fazendo se passar por eles.
Campos de Força:
Encruzas Próximas a Praia (Sempre a primeira Vindo da Linha da Praia para as Ruas)
Encruzas em Y
E os descampados
Seu Dia :
Muito Homenageado no dia 06/01 Dia de Reis.

Seus Gostos:
Gostam de Doces Escuros :
Chocolates: Cigarrinhos de Chocolates , Chocolates Com Licores por dentro , Doce de Bananas , Teta de Nega Etc...
Também Gostam de Moedas
Bebidas:
Guaraná com um Pouco de Conhaque
Coca cola com Pinga
As vezes Acrescentam um Pouco de mel nas Misturas.

Algumas Considerações sobre Exu - Mirim

Na religião de Umbanda existe uma linha muito pouco comentada e compreendida, sendo por isso mesmo muitas vezes deixada "de lado" dentro dos centros e terreiros. É a linha de Exu Mirim.
Tabu dentro da religião, muitos poucos trabalham com essas entidades tão controvertidas e misteriosas, chegando ao ponto de, em muitos lugares, duvidar - se muito da existência deles.
Na verdade, Exu Mirim é mais uma linha de esquerda dentro do ritual de Umbanda, trabalhando junto com Exu e Pombagira para a proteção e sustentação dos trabalhos da casa. Não aceitar Exu Mirim é proceder como em casas que não aceita - se Exu e Pombagira, mas que a partir do astral e sem que ninguém perceba, recebem a sua proteção. Afinal, "se sem Exu não se faz nada, sem Exu Mirim menos ainda".
Não nos chega dentro da cultura dos Orixás (nagô) um culto a uma divindade ou “Orixá Exu – Mirim”, assim como não nos chega a existência de um “Orixá Pombagira”. Apesar disso, sabemos da existência de um Trono responsável pela força e vigor na Criação (Exu/Mehor Yê), assim como existe uma divindade - trono responsável pelo estímulo em toda a Criação (Pombagira/Mahor Yê). Sendo assim, também existe uma divindade fechada e não revelada, que sustenta a força da linha de Exu – Mirim. Seria o “Orixá Exu – Mirim” responsável por criar meios ou situações para o desenvolvimento do intelecto e o amadurecimento das pessoas (fator complicador). Dessa forma, enquanto Exu vitaliza os sete sentidos da vida e Pombagira estimula – os, Exu – Mirim traz situações e “complicações” para que utilizando o vigor e estimulados possamos vencer essas situações e evoluirmos como espíritos humanos.
Dentro da Umbanda não acessamos nem cultuamos diretamente o Orixá – Mistério Exu, mas sim o ativamos através de sua linha de trabalho formada por espíritos humanos assentados a esquerda dos Orixás. Também assim fazemos com o mistério Exu – Mirim, pois o acessamos através da linha de trabalho Exu – Mirim, formada por "espíritos encantados" ligados a essa divindade regente.
Os Exus Mirins (entidades) apresentam - se como crianças travessas, brincalhonas, espertas e extrovertidas.
Apesar de serem bem “agitados”, sua manifestação deve estar sempre dentro do bom - senso, afinal dentro de uma casa de luz, uma verdadeira casa de Umbanda, eles sempre manifestam - se para a prática do bem sobre comando direto dos Exus e Pombagiras
guardiões da casa.
Podemos dizer que os Exus e Pombagiras estão para os Exus - Mirins como os Pretos - velhos estão para as crianças da Linha de Cosme e Damião.
Trazem nomes simbólicos análogos aos dos "Exus - adultos", demonstrando seu campo de atuação, energias, forças e Orixás a quem respondem. Assim, temos Exus - Mirins ligados ao Campo Santo: Caveirinha, Covinha, Calunguinha, Porteirinha, ligados ao fogo: Pimentinha, Labareda, Faísca, Malagueta, ligados a água: Lodinho, Ondinha, Prainha, entre muitos e muitos outros, chegando ao ponto de termos Exus - Mirins atuando em cada uma das Sete Linhas de Umbanda.
Quando respeitados, bem direcionados e doutrinados pelos Exus e Pombagiras da casa, tornam – se ótimos trabalhadores, realizando trabalhos magníficos de limpeza astral, cura, quebras de demandas, etc. Utilizam – se de elementos magísticos comuns à linha de esquerda, como a pinga (normalmente misturado ao mel), o cigarro, cigarrilhas e charutos, a vela
bicolor vermelha/preta, etc.
Uma força muito grande que Exu – Mirim traz, é a força de “desenrolar” a nossa vida (fator desenrolador), levando todas as nossas complicações pessoais e “enrolações” para bem longe. Também são ótimos para acharem e revelarem trabalhos ou forças "negativas" que estejam atuando contra nós, "desocultando -as" e acabando com essas atuações.
A Umbanda vai além da manifestação de espíritos desencarnados, atuando e interagindo com realidades da vida muitas vezes inacessíveis a espíritos humanos. Exu – Mirim muitas vezes tem acesso a campos e energias que os outros guias espirituais não têm.
Lembrem – se que a Umbanda é a manifestação de “espírito para a caridade” não importando a forma ou o jeito de sua manifestação.
Para aqueles que sentirem – se afim com a força e tiverem respeito, com certeza em Exu – Mirim verão uma linha de trabalho tão forte, interessante e querida como todas as outras.